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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

NO BLOG DO NASSIF

Como o DME de Poços perdeu para a política
Encontro o Cícero Machado no Aeroporto de Brasília. Cícero é daquelas jóias raras, que apenas de vez em quando aparecem no interior. Como diretor do DME (Departamento Municipal de Eletricidade) de Poços, fez uma revolução. Grande técnico, transformou o DME em um setor de excelência.
O DME tornou-se sócio de investidores em projetos fora de Poços. Imprimiu um padrão de excelência no setor, criando reputação nacional em PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas). Foi diversas vezes premiado pela ANEEL.
Aí entra o fator político. Assume a prefeitura de Poços o Sebastião Navarro Vieira Filho e entende que Cícero exercia um poder imperial no DME. O fato de ter ajudado na gestão anterior – do petista Paulo Tadeu – aumentou as implicâncias do Tiãozinho contra ele.
Tadeu – que é comentarista aqui do Blog – não foi bem sucedido à frente da Prefeitura de Poços. Com carência de quadros administrativos, se escorou na experiência de Cícero. Mas Cícero sempre foi um quadro técnico da prefeitura, à disposição de qualquer governante. Sua gestão atravessou todos os prefeitos de Poços, dos anos 70 aos anos 90.
Ocorre que a política do interior é ainda mais provinciana do que a de outras instâncias. Tiãozinho
– que até saiu da prefeitura bem avaliado pela população – sempre impôs o padrão de “quem não fecha comigo é meu inimigo”.
Nos anos 70 ajudei a montar um jornalzinho em Poços que não obedecia às recomendações do Tiãozinho. Na época, o prefeito era nomeado e Tiãozinho, com o prefeito Ronaldo Junqueira, calou qualquer forma de oposição na cidade. Sua mão pesada do Tiãozinho acabou com nossa experiência. Na época, Tiaozinho era deputado estadual e filho do deputado federal de Poços, o Sebastião Navarro, pai.
Nos anos 90, quando assumiu a prefeitura, anos depois, o mesmo padrão. Lembro-me do Dr. Walther Moreira Salles, do Homero Souza e Silva e do próprio Roberto Campos empenhados em ajudar o Padre Carlos – que tinha uma obra monumental no Dom Bosco. Tudo porque  Tiãozinho cortou qualquer ajuda da prefeitura ao Dom Bosco – o colégio técnico em que o padre Carlos montou uma obra educativa monumental – simplesmente por não obter dividendos políticos de que se julgava merecedor.
O mesmo ocorreu com o DME. Cicero foi afastado. O caixa do DME é aproveitado para outros projetos, alguns até meritórios. Ajuda a resolver os problemas da Santa Casa de Misericórdia. Depois, foi utilizado tilizado para projetos de asfaltamento.
Rompido a barreira técnica, tirada a virgindade do DME, décadas de profissionalismo foram para o vinagre. No lugar de um diretor centralizador (o Cícero) entrou uma estrutura de mais de dez cargos executivos. Provavelmente nenhum especialista do setor elétrico. O número de funcionários pulou de 250 para 350.  Caíram os investimentos no próprio setor. Acabou a expansão para outros projetos – que ajudava a baratear a energia para os poçoscaldenses.
É apenas mais uma dessas histórias da política atropelando a técnica.
fonte: internet em http://colunistas.ig.com.br/luisnassif


O comentário - por Paulo Tadeu

Nassif, a parte “não ter sido bem sucedido na prefeitura” – tema que gostaria de discutir em situação diferente (15% de crescimento da economia ao ano, primeiro lugar em responsabilidade fiscal no Brasil, maior prêmio ambiental de Minas Gerais, queda da mortalidade infantil e materna, interceptação de esgotos de 30.000 domicílios que eram jogados no Ribeirão da Serra, Caldas e João Pinheiro, criação do Jardim Botânico, Plano de Cargos e Salários, Estatuto do Magistério, gestão matricial do orçamento, etc); a questão do DME é um crime contra Poços. A manutenção do Cícero no DME na minha administração levou o DME a consolidar sua posição em Machadinho e Barra Grande, levar parte de Salto Pilão e Serra do Facão, cuja participação do município voltei a salvar quando fui assessor do Dr. José Pedro, presidente de Furnas – 2005 a 2008! Também por esta razão foi possível construir a PCH Padre Carlos, inaugurada pelo Presidente Lula, na volta de um presidente da República à Poços depois de 50 anos.

A expressão Tiãozinho vale pelo tamanho do compromisso público do Sebastião Navarro! Para quem não conhece os resultados da nossa administração, talvez só a manutenção de um técnico da envergadura do Dr. Cícero, que nunca votou no PT, já seria suficiente para reconsiderar a avaliação. Vou reproduzir seu texto em meu blog paulotadeudarcadia@blogspot.com .

Um grande abraço


Paulo Tadeu

10 comentários:

  1. Sr. ex-prefeito no seu tempo foi a melhor época que trabalhei no departamento. O dr.Cícero era durão mas justo com os funcionários. Então acho que parte do que acontece hoje é em função do período Navarro e com a continuidade da gestão Paulinho.
    Não imputaria qualquer responsabilidade a sua gestão quanto ao DME.
    Infelizmente o povo de Poços de Caldas preferiu trocar voto por gás de cozinha.

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  2. A situação do DME é vexatória e só morando aqui para acompanhar de perto as articulações para a venda da "galinha dos ovos de ouro".
    O povo mais necessitado, certamente, pagará um preço alto.
    Ao Paulo Tadeu vale dizer que foi uma pena a predominância da auto-confiança do seu staff na gestão petista.
    Perderam oportunidade de ouro.

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  3. O Nassif só esqueceu de citar o Paulinho...
    Será que ele está tão distante assim?

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  4. Nassif é daqui, vem aqui, mas não vive a nossa realidade.
    É igual ao "tiãozinho" que ele citou. Só reside na cidade em época de eleição.
    Fatura e some!
    Argh!

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  5. Ate que enfim o gigante acordou. muito bom esse blog. ninguém suporta o silêncio enfadonho dessa cidade. To mais animado agora. O dme foi abandonado quando o dr. cícero saiu de lá. teve polícia na gestão molinari, compra de casa superfaturada e agora vão vender pra embolsar mais dinheiro. o prefeito divide a verba em troca de silêncio, vamos ver até quando...

    Mateus.

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  6. José Marcos20/01/2010, 16:47

    Nassif narrou tudo correto só não disse que tião, tiãozinho é um "coronel" e que tem uma caterva apadrinhada por ele na política local.
    Poços é uma várzea na política.
    Quando nos últimos anos os cortes de energia eram em massa na zona sul, onde estavam os críticos dessa cidade?

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  7. Olha eu fiquei entusiasmada quando me disseram desse blog.
    Avisa para esse moço que na questão do asfalto é mesma coisa - a política atropela a técnica. Na saúde, na defesa social...

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  8. Rodrigo Reis20/01/2010, 20:41

    Pois eh...naquela época nós custamos a entender o porque do Dr. Cícero ficar à frente do DME, porque achávamos (ou tínhamos certeza) que ele era do time "deles". O tempo passou, confirmou mais uma vez que Paulo tinha razão e acertou. Desta forma nós acertamos no DME e também na Prefeitura, claro que com várias ressalvas. Mas uma coisa tenho certeza, jamais estaria acontecendo o que acontece hoje no DME se Paulo e Cícero estivessem lá...quem sabe ainda restará alguma coisa para ser salva em 2012.

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  9. O Nassif não estava aqui quando o corta-corta de energia na cidade era um absurdo.
    O Cícero era durão (chega próximo da grosseria) mas do recado ela dava conta.

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  10. Tiago Pereira30/04/2010, 18:37

    Paulo, apesar da unanimidade na cidade - e maioria até neste blog - de que sua administração deixou muito a desejar, parece que voce não se convence disto. A resposta para a Nassif, deixa claro sua convicção de que foi um bom prefeito! Acho que só voce acredita nisto.
    Faltou o Nassif citar que, no desvio das verbas do DME, a que ele considera meritória, foi provocada pela sua desastrosa intervenção na Santa Casa.

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