Até porque o STF está em vias de decidir sobre a amplitude da Lei de Anistia, por estarmos em período pré eleitoral, o debate em torno destes temas tem se acirrado e escapado um pouco de seu foco. Para tentar abrir o horizonte das discussões, entendo ser necessário procurar melhor definição para os termos e argumentos mais frequentementes utilizados.
Tortura - Ação unilateral em que o algoz, diante da impossibilidade de reação de sua vítima, utiliza instrumentos de violência física e moral para obter um resultado pré estabelecido. A tortura é mundialmente condenada, cabendo aos governos dos países impedir que ela ocorra. Quando ocorre sob a proteção ou estímulo do governo, torna-se política de Estado.
Terrorismo - Grupos de fundo político, ideológico, religioso ou motivação combinada, que se utilizam de violência em tempos de paz contra governos legítimos ou populações que os apoiam.
Guerrilha - Estratégia militar de grupos contra adversários mais fortes. Caracteriza-se pela imprevisibilidade e mobilidade. Tem como objetivo acumular forças, fustigar e desgastar o adversário, obter adesões à causa, portanto não tem alvos civis.
Por mais que o debate seja difícil para alguns setores, não há como negar que a Ditadura Civil-Militar de 64 foi resultado de um golpe contra a democracia, portanto carente de legitimidade. A resistência à Ditadura civil-militar de 64 deu-se de diferentes formas, desobediência civil, propaganda, parlamento, voto, movimentos sociais, sindicais e ações armadas que, no máximo, podem ser caracterizados como guerrilha urbana e rural. Nem Dilma nem Serra parecem ter atuado em braços militares de suas organizações, o que não os tornam menores ou maiores no enfrentamento contra a Ditadura, mas constitui fato histórico da maior relevância.