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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A FOME DE PODER E A INAPETÊNCIA PELA GESTÃO

A terceirização e a privatização de serviços públicos podem ser resultado de diferentes causas, sendo importante compreende-las para entender a natureza dos governantes quando tomam decisões que afetam a população.
a) A primeira é de natureza ideológica que parte do pressuposto liberal do estado mínimo, que interfere pouco ou quase nada na vida dos cidadãos acreditando que as relações e os conflitos sejam acomodados pelo mercado.
b) A outra é de natureza mimética ou, mais simplesmente, papagaiagem. É o chamado modismo, um subproduto dos fantasmas históricos da submissão colonialista. Se os grandes fazem , logo para ser grande é preciso copiar o que fazem.

c) Tem uma outra variável muito importante e mais em vigor nos dias de hoje. São os políticos talhados ou designados para ocupar espaços de poder mas que não tem grande apego pelo trabalho sério, permanente e estratégico. São figuras sem maior cultura política nem referência ideológica, vão para o lado que oferece maior vantagem, gostam de atalhos e são fascinados pelo poder na esperança de representarem aquilo que seu modelo político lhe parece representar. São os chamados "maria vai com as outras". Gostam de se apresentar como alunos e bajular seus supostos mestres. São muito úteis para quem quer fazer negócios com o Estado, contratar com os municípios, associar-se ao dinheiro público, enriquecer-se nesta esfera propositalmente nebulosa entre o público e o privado. Este tipo de gente é descartável a qualquer tempo, só vale alguma coisa enquanto serve ao senhorio que lhe deu projeção e status. Não tendo brilho próprio, parafraseando Plutarco, vivem, como mariposas tontas e deslumbradas, ao redor da luz de outro. Vivem em relação de simbiose - beneficiam seus padrinhos e cultivam a própria indolência, a falta de aptidão pelo esforço e trabalho. Como efeito passam a terceirizar tudo que podem - educação, saúde lazer, esporte, cultura, assistência social, planejamento, fiscalização. Não se trata de terceirizar serviços, mas a política de cada área, o prestador de serviço que leva o contrato leva tudo, inclusive e responsabilidade de desenvolver suas estratégias.É fácil observar - onde não tem empresa prestando serviço também não tem política de governo. Privatiza-se o governo para manter o precário simbolismo do poder e descansar dessa amolação toda, porque pensar e ter compromisso cansa muito.

6 comentários:

  1. Pode-se incluir à lista o transporte público, a pavimentação e até o carnaval! Se nunca tem gente suficiente para fazer o serviço, o que fazem os cerca de 5 mil funcionários da prefeitura?

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  2. Nossa cidade não experimentou os raios da democracia, vivemos à sombra da ditadura interiorana que cala à imprensa, monopoliza o comércio e serviços, concentra renda e forma grupos para financiamento de campanhas milionárias.

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  3. josé carlos de lima29/01/2010, 11:21

    Quero saber quem vai pagar esses 50 cabos eleitorais contratados temporariamente em período eleitoral?
    Afinal o dinheiro público é um bolo cujo ingrediente tem a participação de todos.
    A Câmara não deveria votar essa solicitação?

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  4. Prefeito Paulo Tadeu na sua experiência política até quando o senhor imagina que nossa poços ficará nesse atraso?
    A juventude não tem onde estudar ou cursar uma faculdade pública, se não tem dinheiro.

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  5. Jaqueline, o atraso liquidou a expansão da UEMG em Poços. Conquistamos o campus da Universidade Federal, que a mediocridade eleitoreira do deputado Geraldo Thadeu empobreceu o debate e as possibilidades de algo novo. Enquanto trabalhávamos com seriedade, ele correu para dar a notícia primeiro. Vamos continuar lutando para que a Universidade Federal e a Estadual possam dar conta de responder as suas inquietações legítimas.

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  6. A letra c tem tudo a ver.

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