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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O PIB DE POÇOS – MIDAS ÀS AVESSAS

Rei Midas na mitologia seria o homem que transformava em ouro tudo o que tocava. Aqui em Poços parecemos viver o pesadelo do reinado dos Midas às avessas, que desvalorizam tudo que repousa em suas mãos. Nossa cidade vinha apresentando, há tempos, bons índices de avaliação que sustentavam sua posição entre as melhores do Brasil e, lógico, de Minas Gerais. Para lembrar, algumas destas referências importantes de nossa gestão de 2001 – 2004:


1 – Melhor Índice de responsabilidade Fiscal do Brasil.
2 – Melhor Índice de Gestão de Minas Gerais e segundo melhor do Brasil.
3 – 4º lugar em Minas no índice de desenvolvimento municipal da FIRJAN (9º em 2000).
4 – 117º lugar no Brasil mesmo índice (225º em 2000).
5 – 53º Emprego e Renda no Brasil (740º em 2000).
6 – 9º Economia (PIB) do Estado.
7 – Maior Economia (PIB) do Sul de Minas.
8 – Um dos maiores índices de crescimento, em Minas, de riqueza (PIB) no período.


Os itens 1 e 2 dispensam comentários. Poços de Caldas não aparece atualmente sequer entre as duzentas primeiras colocadas no Brasil, chancelando a inépcia com que vem sendo conduzida, administrativa e politicamente. Aliás, as contas públicas de 2008 permanecem no mais misterioso limbo. Como “ninguém sabe, ninguém viu”, já pode ser chamada de gestão “Conceição”.
Quanto ao item 3, os últimos dados disponíveis colocam Poços de Caldas em vigésimo lugar em Minas Gerais e 242º lugar no Brasil. Como se trata de uma mensuração pelo índice de Gini, estes números estão sujeitos à grande volatilidade, servindo como indicativo e ranking e, não propriamente, como medida local de qualidade.
Gravíssima, porém, é a situação referente ao crescimento da riqueza local, nosso Produto Interno Bruto. Poços já não é a maior economia do sul de Minas nem está entre as dez maiores do Estado. Nada de mais, exceto para nossa legítima auto-estima, não fosse a surpreendente e assustadora realidade dos números. Vamos a eles.


PERÍODO VALOR (x1000) CRESCIMENTO ACUMULADO
Ano - 1999/1999 - R$1.396.458
Ano - 2000/1999 - R$1.604.597 - crescimento - 14,9% 
Ano - 2001/2000 - R$1.852.325 - crescimento -15,5%
Ano - 2002/2001 - R$1.855.648 - Estável em alta - crescimento acumulado - 15,65% **
Ano - 2003/2002 - R$2.151.323 - crescimento - 15,93%   acumulado  34,07%
Ano - 2004/2003 - R$2.482.410 - crescimento - 15,39%   acumulado   54,70%
Ano - 2005/2004 - R$2.595.787 - crescimento -   4,56%
Ano - 2006/2005 - R$2.717.074 - crescimento -   4,67% acumulado - 9,45%
Ano - 2007/2006 - R$2.696.793 - Estável em queda - acumulado - 8,63%
 Dado disponível referente a um ano (*).
 Ano de forte turbulência na Economia brasileira (**).


A verdade inquestionável que os índices revelam é que Poços de Caldas encontra-se em franca decadência econômica, obtendo resultados pífios e até retração, enquanto o Brasil apresentava seu mais consistente ciclo de crescimento sustentado. É possível prever que este quadro decadente se mantenha, visto que o final de 2008 não foi tão positivo e que o ano de 2009 foi o mais impactado pela crise econômica mundial. Não é impossível que durante a administração 2005-2008, tenhamos crescido cinco vezes e meio menos do que o período da nossa gestão 2001-2004. Cinco vezes e meio menos! Haja talento!
A dupla Navarro/Corominas, professor e discípulo, jogou fora uma grande oportunidade de inserir nossa cidade no contexto do desenvolvimento econômico brasileiro, como afirmávamos. Quisera ter errado nas análises que fiz, mas infelizmente, acertei. Perderam-se na política miúda, sem visão estratégica, além do DME, dilapidaram nosso principal patrimônio – o futuro!
Um bom estudo seria capaz de apontar as causas dessa tragédia. Impediram a instalação de doze empresas, aprovadas pela Câmara Municipal, no Distrito Industrial, congelando-o de maneira criminosa e burra; nem ao menos uma fábrica de panetones instalaram lá.
A construção civil foi fortemente afetada pela paralisia nas aprovações de projetos, enquanto as “sumidades” debatiam por anos a fio, o novo Plano Diretor e a Lei de Uso e Ocupação do Solo, as que foram sem nunca terem sido. Nasceram imprestáveis. Resta a confiança na força e visão do nosso povo, a quem caberá resgatar Poços de Caldas para suas possibilidades e futuro. Midas às avessas, nunca mais!

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